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Malbec: uma comparação entre as versões da Argentina e da França

Malbec: uma comparação entre as versões da Argentina e da França

17/04/2021

Marcelo Copello

Mundo do Vinho

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A malbec nasceu em Bordeaux há alguns séculos, mas desenvolveu-se mais na região francesa de Cahors. Com a Phylloxera no século XIX foi quase apagada de Bordeaux onde ainda existe, embora seja rara. Lá nunca foi realmente muito plantada, os châteaux tinham um máximo de 10% de malbec para ser usada em cortes com o papel de suavizar o Cabernet Sauvignon. Depois da Phylloxera contudo, foi replantada em porta enxertos muito vigorosos e após a geada de 1956 foi quase abandonada em nome da Merlot. Hoje em Bordeaux os poucos châteaux que tem malbec raramente a usam em proporção maior que 5% em seus vinhos. No Cahors sim, a malbec é a mais plantada, e é obrigatória em mínimo de 70% nos cortes.

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A malbec veio de Bordeaux para a Argentina em 1852 (e não do Cahors) e lá se adaptou esplendidamente. Hoje a diversidade clonal da malbec na Argentina é enorme, maior que na França.

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Em uma comparação genérica de estilo entre os malbecs argetinos e os franceses, podemos dizer que:

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Frutas: os malbecs argentinos costumam ser exuberantes nos aromas de frutas, com muitas frutas negras (ameixas, amoras principalmente) bem maduras, as vezes lembrando geléias. Os do Cahors lembram mais frutas frescas, não tão maduras.

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Flores: violeta é um dos aromas típicos do malbec argentino, menos evidente nos exemplares do Cahors.

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Vegetais/ervas: tabaco é um aroma da malbec mais comum nos exemplares do Cahors.

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Doçura: quase sempre os malbecs estarão na categoria "seco", com poucos gramas de açúcar residual (1 a 5), é o mais comum no mercado, mas com sensação de maciez dada pelo álcool alto e acidez moderada, mais evidente nos exemplares sulamericamos do que nos franceses.

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Acidez: aqui está uma grande diferença do malbec argentino para o francês. O argentino geralmente tem acidez moderada e o francês mais alta.

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Corpo: geralmente argentinos tem mais volume de boca que os do Cahors

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Álcool: na Argentina raramente um albec terá menos de 13,5% de álcool, podendo chegar aos 17%. Na França estes números são mais baixos, ficando geralmente entre 12% e 14%

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E você gosta de Malbec?

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Marcelo Copello

Marcelo Copello


Marcelo Copello é um dos principais formadores de opinião da indústria do vinho no Brasil, com expressiva carreira internacional. Eleito “O MAIS INFLUENTE JORNALISTA DE VINHOS DO BRASIL” pela revista Meininger´s Wine Business International, e “Personalidade do Vinho” 2011 e 2013 pelo site Enoeventos.

Curador do RIO WINE AND FOOD FESTIVAL, e Publisher do Anuário Vinhos do Brasil, colaborador de diversos veículos de imprensa, colunista da revista Veja Rio online. Professor da FGV, apresentador de rádio e TV, jurado em concursos internacionais de vinho, como o International Wine Challenge (Londres). Copello tem 6 livros publicados, em português, espanhol e inglês, vencedor do prêmio Gourmand World Cookbook Award 2009 em Paris e indicado ao prêmio Jabuti.

Especialista no mercado e nos negócios do vinhos, fazendo palestras no Brasil e no exterior, em eventos como a London Wine Fair (Londres). Copello é hoje um dos palestrantes mais requisitados. Para saber mais sobre as palestras e serviços de Copello clique AQUI

  

Contato: contato@marcelocopello.com