Por Marcelo Copello
Quem me conhece sabe que adoro vinhos envelhecidos. Basta olhar a lista dos melhores vinho que provei na vida (Os melhores vinhos da vida, até agora ) para entender este meu gosto.
Já é sabido empiricamente que os vinhos mudam ao longo de sua vida na garrafa, e que alguns (nem todos) tem a capacidade de ficar melhores com o tempo, até que todos um dia decaem e perdem suas qualidades.
A novidade é que cientistas de Sonoma, na Califórnia, acabam de identificar a enzima responsável pelos aromas dos vinhos envelhecidos. A descoberta foi feita através da quebra de moléculas que evidenciam o buquê e, como se era de imaginar, quanto mais tempo de atuação desta enzima, mais os aromas vêm à tona.
A enzima CYP76F14, como os cientistas a nomearam, vem de uma família de enzimas chamadas citocromoP450 e é atua quebrando o monoterpenol linalol em um composto diferente, o carboxylinalool, responsável pelo aroma complexo que só os vinhos envelhecidos têm.
A descoberta foi descrita na revista New Phytologist e pode ajudar os produtores de vinho a melhorar as técnicas para a produção de uvas ricas em CYP76F14.
Em um mundo imediatista, onde cada vez mais os vinhos são feitos para consumo imediato, esta é de fato uma noticia sensacional, em especial para os que apreciam os vinho “velhinhos” como eu.
Só não gostei de uma coisa, o nome é complicado. Experimente dizer 3 vezes rápido "CYP76F14", após tomar uma garrafa de Mouton 1945…
E já imagino os enchatos de plantão girando a taça e dizendo: aromas de baunilha, bosque húmido e evidentes notas de CYP76F14…